Edson Bueno de Camargo
ainda o útero terroso
caminha de mãos dadas
as odes ao outro calar
ruídos acompanham o passado do vento
outra ordem das coisas
buscam asilo em teus olhos
o cubo
o feminino perdido da antiguidade
de homens que se emasculam
de modo sagrado
e emanam o sangue aspergido à terra
à maneira da menstruação das mulheres
estas sim que sempre fertilizam o chão
garantem que as sementes germinem