Edson Bueno de Camargo
sente
o vidro sob a pele
ferida sem cicatriz
verniz oco e opaco
a morte feita em pedaços
pecados mornos
resina doce translúcida
vê
não fazem anos as mortes não acontecidas
plano sobre plano espelho
e as tardes como noites vazias
tentavam falar girassóis
e seu todo vermelho
encimava em verões natimortos
brancos como a manhã em que te conheci